Ciro lá ou aqui?

As recentes matérias envolvendo o nome do Deputado Federal Ciro Gomes (PSB-CE) dão conta de que a vontade governista é retirá-lo da disputa presidencial, abrindo caminho para Dilma e resolvendo a ausência de candidatos do PT ao governo do estado de SP. Vale lembrar que Ciro transferiu seu título de eleitor para São Paulo em outubro do ano passado, o que o credencia para tentar a cadeira no Palácio dos Bandeirantes. A ideia faz sentido, pois há que se trabalhar para quebrar a hegemonia de quase duas décadas do PSDB no estado. Agora, é preciso uma avaliação um pouco mais racional do que a que tenho visto. O deputado petista Berzoini, defendendo a tese, disse para olhar o exemplo do Chile, onde o candidato governista perdeu para o de oposição, pois disputou com mais um governista e acabou dividindo votos. Não concordo. A situação aqui é bem diferente. Se olharmos para a última pesquisa presidencial, vemos que Ciro na verdade segura os votos de Serra no primeiro turno, o que ajudaria a candidatura Dilma indiretamente. O problema é o risco de ele subir mais que a ministra e virar o candidato que vá a segundo turno com o PSDB. Creio ser esse o receio, diga-se de passagem legítimo, do governo Lula. O presidente do PSB nacional, Eduardo Campos, deve definir a questão amanhã em reunião com Lula. Campos defendeu abertamente, até agora, as candidaturas de Ciro para o Planalto e Paulo Skaf (presidente da FIESP) para o governo paulista. Estou com Campos.