O sentido do meu desejo de ser candidato à Presidência da República está na certeza de que estou preparado para esta tarefa. Ando pensando o Brasil há muitos anos, eu conheço a inteligência deste país, acumulei uma vivência, amadureci, e quero servir ao Brasil. Especialmente agora que o país precisa pensar numa estratégia de curto, médio e longo prazos para crescer, com ferramentas que hoje não temos.
Não caminho sozinho. Meu partido é um acervo de pessoas preparadas, eu conheço os políticos, os governadores dos estados, eu conheço a universidade brasileira, conheço as pessoas, discuto com elas, passo duas, três, quatro horas ouvindo, perguntando, respondendo; quer dizer, conheço os pensadores especializados do país, já os procurei, já os visitei para discutir nossos problemas e soluções. E converso muito, também, com os estudantes, com os cidadãos, com mães de alunos, com os trabalhadores, com as donas de casa.
Estou sempre me cercando de pessoas que possam agregar valor ao projeto de futuro que pretendo para o Brasil. Governar é cuidar com disciplina, com boa equipe, ninguém faz nada sozinho.
É preciso mudar muita coisa no país. A Saúde não serve ao povo, a Educação não prepara nosso jovem, o aparato de Segurança não funciona, nossa política industrial precisa ser direcionada para um crescimento com maior distribuição de renda para o trabalhador, o transporte público é um caos. Precisamos de propostas para melhorar o Brasil, mas mais do que isto, precisamos criar leis que dêem suporte e protejam estas melhorias.
O Brasil melhorou muito nos últimos oito anos sob a incontestável liderança do Presidente Lula. Os avanços do seu governo ocorreram graças à perseverança do Presidente Lula, que impôs sua opinião, muitas vezes contra o seu próprio governo. Eu fui seu ministro, sou seu amigo e sou testemunha do seu esforço pessoal para garantir o ganho do salário mínimo, a política de crédito popular e até mesmo o Bolsa Família.
Mas precisamos entender que daqui para a frente não teremos mais o Presidente Lula no comando do Brasil. Nenhum dos pré-candidatos até agora colocados, nem mesmo eu, têm a liderança e a capacidade de articulação do Lula. Sem medo de errar, Lula é como Pelé, só vai aparecer outro daqui a 100 anos. O Brasil não pode se arriscar a perder todas as conquistas garantidas nos anos Lula. Daqui em diante, o vácuo produzido pela ausência do Presidente Lula à frente do Governo terá que ser substituído por planejamento, projetos bem estruturados, experiência e muito, muito trabalho.”
Não podemos cair na armadilha de uma falsa disputa entre o passado e o presente. Numa simples comparação de quem foi melhor ou pior para o Brasil. O importante é saber o que fazer daqui para a frente com o Brasil. Lula está deixando todas as bases para que o pais arranque de vez rumo ao desenvolvimento pleno. Mas isso só ocorrerá se tivermos a plena consciência que ainda existem muitos problemas a serem resolvidos, como o atendimento na saúde, a qualidade na educação, a segurança pública e caos no transporte. Isso não será resolvido com a volta de métodos que não deram certo no passado, nem pela percepção de que simplesmente continuando a fazer o que vem sendo feito resolve. As conquistas do Governo Lula precisam ser mantidas e, mais do que isso, institucionalizadas, garantidas em lei, para que nenhum aventureiro pense em acabar com elas. Mas, alem de manter essas conquistas, temos que fazer mais, agregar novas conquistas, que sejam duradouras e que preparem o Brasil para os próximos 30 anos.
A disposição do PSB de lançar candidatura própria à Presidência da República é a garantia de que sua escolha não ficará restrita ao passado e ao presente. Nós queremos ser a sua opção de futuro.”
Ciro Gomes.
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