As notícias que se seguiram após a tragédia no Rio de Janeiro, mais especificamente a do Morro do Bumba, em Niterói, devem ser analisadas com muita seriedade, principalmente para qualquer cidadão brasileiro que imagine, um dia, vislumbrar um cargo público. Foram tantas as análises de técnicos que nos levaram à beira da revolta, somadas às declarações da imprensa – diga-se de que parte dela deixou o sensacionalismo de lado desta vez. Que não faltam argumentos para quem desejar ver os fatos como lições.
Se era sabido que no local funcionou um aterro sanitário como se pôde, sem sã consciência, imaginar que um fato deste estaria impossibilitado de acontecer? E mais, uma grande revista de circulação nacional estampou em sua capa a afirmação que era de conhecimento sim a possibilidade da tragédia, mas que a ganância política, trocando voto por barracos, teria sido o que motivou a tragédia.
Eliminadas as declarações demagogas dos oportunistas que buscam se aproveitar da situação ou dos que tentam se eximir de qualquer responsabilidade, é preciso levar em conta, agora, que não cabem mais as opiniões de que o problema de ocupação em áreas de risco é difícil de resolver. Não há motivos para aguardar mais, nem se pode permitir que a tragédia caia no esquecimento sem que tenha servido para que atitudes sejam tomadas.
O problema é enorme? Sim, é. Mas precisa ser enfrentado com a responsabilidade e com o mesmo afinco de quem vai buscar os votos e se esquece que tem que respeitá-lo depois da eleição.
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